A recente cerimônia de sorteio dos grupos da Copa Libertadores e Copa Sul-Americana trouxe à tona a questão do racismo no futebol sul-americano, com críticas à Conmebol pela falta de punições rigorosas a casos de discriminação. A entidade tem sido frequentemente acusada de agir de forma ineficaz frente aos episódios de racismo nas competições, com respostas muitas vezes consideradas brandas ou tardias. A postura da Conmebol foi questionada especialmente após incidentes envolvendo clubes e torcedores brasileiros, que enfrentaram ataques racistas em estádios da América do Sul.
Marcelo Carvalho, especialista em discriminação racial no futebol, afirmou que a mudança real só ocorrerá quando os jogadores negros forem ouvidos sobre o impacto do racismo. Segundo ele, é fundamental que as pessoas compreendam o que significa o racismo e escutem as vítimas, evitando minimizar os danos causados por atitudes preconceituosas. Além disso, Carvalho destaca que o racismo não é um problema exclusivo da Conmebol, mas também está presente no Brasil, o que exige um esforço conjunto de todas as entidades do futebol para enfrentar a discriminação.
Nos últimos anos, a Conmebol tem sido criticada por sua resposta morosa e muitas vezes inconsistente aos casos de racismo registrados em suas competições. Em 2023, diversos episódios de injúrias raciais afetaram times brasileiros, mas as punições da Conmebol foram vistas como insuficientes. Embora a entidade tenha aumentado as multas a clubes envolvidos em incidentes racistas, a efetividade dessas medidas é amplamente questionada. Especialistas e dirigentes sugerem que é necessário um comprometimento mais firme para erradicar o racismo do futebol sul-americano, com punições mais severas e a promoção de ações educativas para conscientizar jogadores e torcedores.