O continente africano vive um novo cenário de tensão, desta vez com foco em um conflito entre dois países vizinhos, Ruanda e a República Democrática do Congo (RDC). Ruanda tem dado apoio militar ao grupo rebelde M23, que, com a ajuda das forças ruandesas, conseguiu tomar várias cidades nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, incluindo Goma, cidade estratégica para o controle de rotas comerciais de minerais extraídos do Congo. Esse apoio remonta ao histórico conflito no qual Ruanda esteve envolvida, mas as atuais intenções de seu governo parecem estar mais voltadas para questões econômicas e territoriais.
Além da disputa territorial, as relações entre os dois países envolvem complexas questões étnicas e históricas. Ruanda, com uma população crescente e recursos limitados, busca expandir sua influência e controlar áreas ricas em recursos naturais, enquanto a RDC lida com uma longa história de instabilidade política e econômica. A população congolesa, afetada por décadas de corrupção e pobreza, tem visto no M23 uma possível solução para seus problemas, o que contribui para o apoio local aos rebeldes, dificultando ainda mais a atuação do exército da RDC.
Nos últimos meses, o número de vítimas civis e militares tem aumentado devido aos ataques de ambos os lados. As comunidades locais sofrem com abusos e massacres, sendo alvo de violência tanto dos rebeldes quanto dos exércitos nacionais. A situação se agrava com a constante ameaça de intensificação dos combates, o que coloca em risco a estabilidade da região dos Grandes Lagos, cujas decisões políticas e militares poderão determinar o futuro da África.