A Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou um convite para que Michael Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, participe de uma audiência sobre a atuação da USaid, agência de ajuda humanitária americana. Durante o primeiro governo de Donald Trump, a agência repassou ao Brasil mais de US$ 82 milhões (cerca de R$ 414 milhões). Benz alega que a USaid interferiu nas eleições brasileiras de 2022 e em outros países, supostamente sob orientação do governo de Joe Biden, mas não há provas públicas que sustentem essas declarações.
O requerimento foi proposto pelo líder do PL na Câmara, que afirmou que o objetivo da agência seria influenciar decisões políticas nos países onde atua. A USaid, responsável por 40% da ajuda humanitária global, teve seu financiamento suspenso por Trump em 2021, com o argumento de que sua atuação não estaria alinhada com os interesses dos EUA. Na época, o republicano criticou a burocracia da ajuda externa e afirmou que órgãos como a USaid poderiam desestabilizar a paz mundial.
A aprovação do convite ocorreu na primeira audiência da comissão sob a presidência de um deputado do PL, eleito após o licenciamento de Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os EUA. O novo presidente comentou a decisão em rede social, recebendo uma resposta de Bolsonaro, que comemorou a medida e destacou a atuação da base governista no exterior. O caso reacende o debate sobre a influência de agências internacionais em processos eleitorais, embora as acusações ainda careçam de evidências concretas.