A empresa de biociências Colossal, localizada no Texas, anunciou a criação de camundongos geneticamente modificados com pelos mais longos e grossos, com o objetivo de avançar em sua missão de desextinção de mamutes-lanosos. A pesquisa envolveu a inserção de até oito mutações em sete genes dos camundongos, algumas delas baseadas em variantes genéticas encontradas em mamutes, enquanto outras já eram associadas ao crescimento de pelos em roedores. O experimento resultou em ratos com pelagem mais densa e tonalidade mais clara, além de alterações genéticas que afetam o metabolismo de gordura. No entanto, os efeitos a longo prazo das modificações, como fertilidade e riscos de doenças, ainda são desconhecidos.
Apesar do progresso, especialistas questionam a relevância e a utilidade do experimento. Alguns cientistas argumentam que o feito está longe de resultar na criação de um mamute ou até mesmo de um “rato-mamute”, destacando que a edição genética em camundongos é uma prática comum e não um grande avanço. A pesquisa não conseguiu isolar os efeitos das mutações específicas de mamute, o que limita a compreensão dos impactos dessas alterações genéticas. Além disso, criar um mamute completo exigiria um número muito maior de edições genéticas, algo que ainda está distante da realidade.
Em defesa do projeto, a Colossal argumenta que, devido à grande distância evolutiva de 200 milhões de anos entre mamutes e camundongos, não seria possível inserir genes de mamutes diretamente. A empresa enfatiza que o objetivo final não é criar uma réplica exata dos mamutes, mas sim animais que possam preencher nichos ecológicos perdidos, como os elefantes-asiáticos modificados geneticamente para ter pelagem densa e resistência ao frio. No entanto, a comunidade científica continua cética quanto à viabilidade e ao impacto real dessa tecnologia.