A Cogna (COGN3) viu suas ações saltarem até 8,72% na abertura do mercado após divulgar os resultados do 4T24, mas logo após reverteram a alta e fecharam com queda de 6,40%, atingindo R$ 1,61. Essa flutuação reflete dois fatores principais: a valorização antecipada das ações devido à expectativa de bons resultados e a incerteza sobre a recorrência dos números apresentados. Embora o lucro da empresa tenha sido expressivo, com crescimento da receita e aprovação de dividendos, questões como a reversão de contingências fiscais e alterações contábeis geraram dificuldades na interpretação dos números.
O balanço da Cogna revelou um lucro de R$ 925,8 milhões no 4T, com uma receita 13% maior, impulsionada por mudanças contábeis. No entanto, a reversão de R$ 807 milhões em contingências fiscais teve impacto positivo no resultado final, o que levanta dúvidas sobre a sustentabilidade desses números. O Morgan Stanley, por exemplo, destacou que esses ajustes tornam difícil prever a continuidade dos lucros. Apesar disso, o desempenho das unidades Kroton e Saber foi visto de forma positiva, com expectativas mais altas para a primeira e um crescimento substancial da segunda, embora difícil de repetir nos próximos anos.
Análises de outras instituições, como BTG Pactual e Genial Investimentos, apontaram uma visão mista sobre os resultados. O BTG destaca a desalavancagem e a entrega do guidance de 2024, mas ainda vê riscos devido à incerteza sobre a sustentabilidade de resultados impulsionados por reversões fiscais e ganhos excepcionais. Por outro lado, a Genial Investimentos considera o desempenho positivo da Cogna, destacando a expansão de margens e a geração robusta de caixa. A XP também foi otimista, mencionando o bom desempenho de diversas unidades da companhia, embora alertando para o impacto pontual da reversão de contingências nos resultados.