O coco babaçu, antes usado principalmente para a extração de óleo e considerado um subproduto para ração animal, está ganhando novos usos no mercado. A farinha da amêndoa do babaçu, que até então era vista como resíduo, passou a ser processada para criar novos alimentos, como biscoitos, pães, bolos, mingaus e até hambúrgueres. A pesquisa que levou à criação desses produtos foi realizada por mulheres das comunidades tradicionais da Amazônia maranhense, em parceria com cientistas, com o objetivo de agregar valor ao coco babaçu e gerar novas oportunidades de renda de baixo impacto ambiental para as comunidades locais.
O hambúrguer de babaçu, um dos produtos inovadores dessa pesquisa, é produzido a partir da farinha da amêndoa do coco, combinada com casca de banana e farinha de arroz para dar estrutura, sabor e maciez ao alimento. Além de ser uma opção para quem tem restrição ao glúten ou à lactose, o hambúrguer oferece uma alternativa nutritiva, com 13,17% de proteína. O produto passou por testes de aceitação entre estudantes de gastronomia antes de ser comercializado nas feiras locais, conquistando uma boa aceitação entre os consumidores.
A pesquisa envolveu um trabalho colaborativo entre as comunidades locais, pesquisadores da Embrapa, da Universidade Federal do Maranhão e de outras instituições, com o apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional. O foco do estudo foi não apenas promover o reaproveitamento de recursos naturais da região, mas também incentivar práticas sustentáveis e inovadoras no setor alimentar, oferecendo alternativas econômicas e sustentáveis para as comunidades tradicionais da Amazônia.