A cidade de Campinas (SP) enfrenta dificuldades no fornecimento de vacinas contra a dengue, especialmente nas clínicas particulares, onde muitas unidades estão sem estoque. Seis das clínicas consultadas pela EPTV não têm mais vacinas, e uma delas possui uma lista de espera de mais de 350 pessoas. A situação é agravada pela falta de previsibilidade na reposição dos imunizantes, com algumas clínicas reservando as doses disponíveis apenas para quem já tomou a primeira aplicação. O laboratório responsável pela produção, Takeda, tem priorizado o fornecimento ao Ministério da Saúde, o que tem limitado ainda mais o acesso à vacina.
Enquanto isso, a rede pública de saúde segue com a vacinação, mas exclusivamente para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com doses disponíveis em todos os 68 centros de saúde da cidade. A Secretaria de Saúde de Campinas destacou que, até o início de fevereiro, 31.1 mil doses foram aplicadas na cidade, sendo que apenas cerca de 10 mil pessoas completaram o ciclo de vacinação com a segunda dose. Além disso, a cidade já registrou mais de 3.800 casos de dengue em 2025, refletindo a gravidade da epidemia, que teve um pico histórico em 2024, com mais de 121 mil casos.
Em paralelo, Campinas também identificou 19 bairros com alto risco de transmissão do vírus, e medidas preventivas estão sendo reforçadas. A prefeitura e as autoridades de saúde alertam para a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti, recomendando aos moradores a adoção de diversas ações para evitar o acúmulo de água, um dos principais criadouros do inseto. Em algumas cidades da região, como Mogi Guaçu e Americana, o número de mortes pela doença tem aumentado, o que levou algumas delas a declarar emergência em saúde pública.