Mais de 120 pacientes registraram queixas contra uma clínica de estética em Goiás, alegando complicações graves após procedimentos realizados no local. Entre os relatos, uma jovem descobriu, após anos, que havia recebido polimetilmetacrilato (PMMA) no nariz, substância não recomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e precisou passar por múltiplas cirurgias para remover o material. Outra paciente, de 55 anos, relatou vermelhidão, formigamento e risco de morte devido à aplicação de óleo de silicone, substância também não autorizada.
As investigações, iniciadas em abril de 2024, levaram ao indiciamento dos responsáveis pela clínica por nove crimes, incluindo lesão corporal gravíssima e exercício ilegal da medicina. Algumas vítimas sofreram necrose e outras complicações sérias, como uma mulher que precisou ser intubada. Os acusados foram presos em dezembro de 2024, soltos em fevereiro e detidos novamente em março após novas denúncias.
Os pacientes afetados expressaram frustração e trauma emocional, muitos enfrentando dificuldades para corrigir os danos causados. Uma das vítimas afirmou que “praticamente tirou o nosso sonho”, referindo-se às limitações impostas pelos efeitos colaterais dos procedimentos. As autoridades continuam investigando o caso, enquanto as vítimas buscam reparação na Justiça.