As a Páscoa se aproxima, consumidores e confeiteiros enfrentam o aumento dos preços do chocolate, impulsionado principalmente pelas mudanças climáticas que afetam as lavouras de cacau na África, principal região produtora. O Brasil, sexto maior produtor mundial, também sofre com condições adversas, como excesso de chuvas e pragas, impactando a produção. No mercado internacional, o preço do cacau atingiu picos históricos, com alta acumulada de 185% em dois anos na Bolsa de Nova York, refletindo diretamente no custo final para o consumidor brasileiro.
O impacto já é sentido nas prateleiras, com chocolates em barra e bombons registrando alta de 16,53% em doze meses, segundo o IBGE. Confeiteiros buscam alternativas, como reduzir o tamanho dos produtos ou substituir parte do chocolate por outros ingredientes, para manter as vendas sem repassar todo o custo aos clientes. A demanda por chocolate continua forte, impulsionada pelo aquecimento da economia e pelo hábito cultural de consumo, mesmo com os preços elevados.
Além dos desafios climáticos, a formação de preços do chocolate é influenciada pelo equilíbrio entre oferta e demanda. Enquanto os problemas na produção reduzem a disponibilidade de cacau, o aumento da renda e o apetite por doces mantêm a procura aquecida. Especialistas destacam que, mesmo com ajustes nos tamanhos e fórmulas dos produtos, o chocolate segue como item essencial para muitas famílias durante as celebrações de Páscoa.