As mudanças climáticas nas principais regiões produtoras de cacau, especialmente na África, têm sido o principal fator para o aumento dos preços do chocolate. O cacau, matéria-prima essencial para a produção, sofreu com condições adversas, como excesso de chuvas e pragas, impactando a oferta global. No Brasil, o sexto maior produtor mundial, os agricultores também enfrentaram desafios, como a queda na produtividade, embora os preços elevados tenham compensado parcialmente as perdas.
O valor do cacau no mercado internacional disparou, com uma alta acumulada de 185% em dois anos na Bolsa de Nova York, chegando a ultrapassar US$ 11,8 mil por tonelada em dezembro de 2024. Esse aumento refletiu diretamente no preço final do chocolate no Brasil, com um crescimento de 16,53% no valor de barras e bombons em doze meses, segundo o IBGE. Confeiteiros e consumidores buscam alternativas, como reduzir o tamanho dos produtos ou substituir parte do chocolate por outros ingredientes, para manter a tradição da Páscoa sem pesar no orçamento.
Além dos problemas na produção, a demanda por chocolate também cresceu impulsionada pelo aquecimento da economia e pelo aumento da renda da população. Economistas destacam que o chocolate é um produto sensível a variações de renda, com consumo crescendo em momentos de prosperidade. Mesmo com os preços elevados, a tradição de presentear com chocolate na Páscoa se mantém, embora muitos optem por ajustes criativos para continuar celebrando sem abrir mão do doce.