O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, tem gerado grande repercussão tanto nas bilheteiras nacionais quanto nas premiações internacionais, incluindo três indicações ao Oscar. Com 3 milhões de espectadores em 2024, a produção se tornou um exemplo do potencial do cinema brasileiro, apesar do histórico de dificuldades enfrentado pela indústria local. A obra se destaca pela performance de Fernanda Torres e a qualidade técnica comparável às produções internacionais, refletindo uma superação do estigma associado ao cinema nacional.
Entretanto, a indústria cinematográfica do Brasil ainda enfrenta desafios significativos. A falta de investimentos adequados em marketing, a instabilidade das políticas públicas e a forte concorrência das produções hollywoodianas contribuem para o baixo desempenho das produções nacionais nas bilheteiras. Além disso, um histórico de estigmatização do cinema local, alimentado por uma percepção negativa da elite intelectual e política, dificulta a formação de um público consistente. As estatísticas de 2023, que mostram uma participação de apenas 3% nas bilheteiras nacionais, evidenciam a luta pela valorização do cinema brasileiro.
Para reverter essa situação, especialistas apontam a importância de uma maior estabilização das políticas públicas e o investimento em formação de público, com iniciativas como o Circuito SPCine. Além disso, há uma demanda por regulamentação mais eficaz sobre as plataformas de streaming, como Netflix e YouTube, que atualmente não contribuem de forma significativa para o desenvolvimento da produção audiovisual nacional. O fortalecimento do cinema brasileiro exige ações coordenadas que integrem tanto o setor público quanto a iniciativa privada, a fim de criar um ambiente propício ao crescimento da indústria.