A construção das Pirâmides do Egito e os segredos envolvendo a figura histórica de Cleópatra têm fascinado pesquisadores por séculos. Recentemente, uma equipe de cientistas italianos e escoceses fez uma descoberta impressionante sob as Pirâmides de Gizé: uma cidade subterrânea complexa. Utilizando tecnologia avançada, como radares de alta precisão e raio-X, os pesquisadores conseguiram mapear uma rede subterrânea que se estende por cerca de dois quilômetros, com profundidade de até 1,2 km. O estudo, realizado pelo Projeto Quéfren, revela um planejamento arquitetônico avançado e uma estrutura subterrânea interligada por corredores simétricos.
As imagens tomográficas, capturadas por meio de radar de abertura sintética (SAR), possibilitaram a reconstrução tridimensional da Pirâmide de Quéfren. Dentro dessa estrutura subterrânea, foram identificadas cinco construções interligadas e oito poços verticais que convergem para grandes estruturas cúbicas. Essas descobertas indicam um nível de sofisticação arquitetônica e planejamento que pode mudar a compreensão da civilização que construiu as pirâmides. A descoberta inclui até um sistema de corredores espirais e poços que se estendem a mais de 600 metros de profundidade.
O estudo ainda está em revisão por pares, mas já gera grande repercussão entre arqueólogos. A pesquisadora Nicole Siccolo do Projeto Quéfren considera a descoberta como uma das mais significativas da arqueologia moderna. Ela também sugere que a cidade subterrânea pode ter relação com a mítica Amenti, uma região que existe em lendas do Antigo Egito. Caso essa hipótese se confirme, a descoberta pode reescrever completamente a história das pirâmides e fornecer novas perspectivas sobre o Egito Antigo.