Órgãos reguladores antitruste da China iniciaram uma investigação sobre o acordo de um consórcio norte-americano para a aquisição de dois portos na zona do Canal do Panamá, adiando o fechamento do negócio, previsto originalmente para a próxima semana. O acordo, liderado pela maior gestora de ativos do mundo, envolve a compra de participações em 43 portos globais, incluindo os do Panamá, e foi visto como uma forma de aliviar tensões na região. No entanto, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China afirmou que a investigação visa proteger a concorrência justa e os interesses públicos, levando a empresa de Hong Kong envolvida a suspender a assinatura formal.
O Canal do Panamá, uma rota crucial para o comércio marítimo global, tem sido alvo de disputas geopolíticas, especialmente entre China e Estados Unidos. Embora o controle do canal pertença ao Panamá, a China opera portos em ambos os lados da passagem, gerando preocupações em Washington. O governo norte-americano ameaçou reassumir o controle do canal e pressiona o Panamá a reduzir taxas para embarcações dos EUA, enquanto a China busca consolidar sua influência na região por meio de investimentos em infraestrutura portuária.
As tensões comerciais entre os dois países agravaram-se recentemente, com novas tarifas anunciadas pelos EUA e retaliações chinesas. O Panamá, por sua vez, depende economicamente do canal, que gerou quase US$ 5 bilhões em lucros em 2024. A investigação chinesa e as pressões políticas destacam os desafios diplomáticos e econômicos em torno de uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo.