A China está prestes a registrar um recorde de importação de soja no segundo trimestre de 2025, com estimativas apontando para 31,3 milhões de toneladas no período de abril a junho. Este aumento de aproximadamente 4,6% em relação ao ano anterior ocorre em meio a uma escassez de oferta causada por atrasos nos embarques do Brasil, maior produtor mundial da oleaginosa. O país asiático, que é o maior comprador de soja global, enfrenta desafios devido a uma redução nos estoques e à lentidão nos desembaraços alfandegários, o que tem impactado as operações de esmagadoras de soja em todo o território chinês.
A escassez de soja tem sido mais severa, com as importações de março projetadas para cair a um mínimo de cinco anos, totalizando apenas 5,27 milhões de toneladas. Esse cenário está relacionado tanto aos atrasos no fornecimento brasileiro quanto à guerra comercial com os Estados Unidos, que gerou uma escalada nas tarifas sobre os produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja. Com uma produção menor de soja nos Estados Unidos e problemas logísticos no Brasil, as margens de esmagamento na China aumentaram, refletindo a pressão sobre o mercado.
O impacto dessa situação é evidente nos preços e nas margens de processamento de soja, com uma previsão de queda de 10,1% no esmagamento de soja em março, em comparação com o mês anterior. A liberação mais lenta das cargas nos portos chineses e o aumento nas inspeções de qualidade das remessas contribuem para o estreitamento da oferta. A situação deve melhorar a partir de abril, com a expectativa de que os grãos recém-colhidos da safra brasileira aliviem a pressão sobre o mercado chinês.