A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem levado o maior importador agrícola do mundo a buscar alternativas em outros países para produtos como carne, laticínios e grãos. Com o aumento das tarifas impostas pela China sobre produtos agrícolas dos EUA, a expectativa é que países da América Latina, Europa e Pacífico, como Brasil, Austrália e membros da União Europeia, se beneficiem com o redirecionamento dos fluxos comerciais. Os maiores impactos ocorrerão em produtos como carne suína e miúdos de frango, com uma possível expansão das exportações desses itens de mercados concorrentes.
Os analistas apontam que a dependência da China em relação aos Estados Unidos, especialmente para itens como pés de frango, tende a continuar devido à dificuldade de encontrar alternativas rapidamente. No entanto, o país asiático deve aumentar suas compras de grãos e carne de fornecedores como o Brasil e a Argentina, além de países da União Europeia e Austrália. A soja, que é uma das principais exportações agrícolas dos EUA, verá um movimento maior em direção a mercados sul-americanos, com o Brasil tomando o protagonismo nesse setor.
Além disso, a China deve intensificar suas importações de sorgo e cevada, produtos para ração animal que terão seu fornecimento ampliado pela Austrália, devido a tarifas mais altas sobre o trigo dos Estados Unidos. A estratégia de diversificação de fontes de suprimento reflete a contínua adaptação da China às mudanças no cenário econômico global e ao impacto das políticas comerciais internacionais. O movimento, que já é uma tendência desde a presidência de Donald Trump, pode alterar significativamente a dinâmica do comércio agrícola nos próximos anos.