Após 56 anos, a certidão de óbito de Higino João Pio, ex-prefeito de Balneário Camboriú, terá sua causa de morte atualizada. Originalmente classificado como suicídio, o óbito será agora associado à ação de agentes do Estado durante o período da ditadura militar. A decisão é fruto da resolução nº 601/2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determina a retificação dos documentos de vítimas da repressão política.
Higino João Pio foi um dos 698 catarinenses vítimas de violações de direitos humanos, conforme estimativas da Comissão Estadual da Verdade. Sua morte, ocorrida em 1969, foi inicialmente tratada como suicídio, mas investigações e perícias realizadas pela Comissão Nacional da Verdade confirmaram que ele foi assassinado por agentes do Estado. O caso, que gerou uma longa espera pela retificação, teve a conclusão da perícia em 2014, recomendando a atualização do registro de óbito e a continuação das investigações.
O processo de retificação da certidão foi aguardado com expectativa pela família do ex-prefeito, que ainda busca esclarecimentos sobre as circunstâncias de sua morte. A atualização no cartório deve ser concluída até o final de março. A investigação sobre a identidade dos responsáveis e o contexto político da época permanece como um tema relevante para a memória histórica da região.
