Há 13 anos, a historiadora Lurdinha Danezy Piantino utiliza o carnaval como uma forma de integrar as pessoas com deficiência (PCDs) na sociedade, criando oportunidades de diversão e também de conscientização contra o capacitismo. Durante o evento, ela mobiliza PCDs em Brasília, abordando os desafios enfrentados no cotidiano, como a falta de acessibilidade em espaços públicos e a exclusão social. O bloco “Deficiente é a Mãe” é uma das iniciativas que visa quebrar barreiras físicas e sociais, promovendo a inclusão de pessoas com deficiência no carnaval e no espaço público.
A situação de exclusão de PCDs não se limita apenas ao carnaval. Em várias cidades brasileiras, a falta de infraestrutura acessível, como rampas, elevadores e sinalizações em braile, dificulta a participação dessas pessoas em atividades cotidianas. Especialistas, como o advogado Gerson Wilder de Sousa Melo, apontam que as cidades, mesmo aquelas planejadas como Brasília, ainda enfrentam problemas de capacitismo arquitetônico e atitudinal. A inclusão dessas pessoas no convívio social é fundamental para garantir seus direitos e visibilidade, um processo que envolve não só melhorias físicas, mas também a mudança de atitudes da sociedade.
Além dos desafios estruturais, PCDs enfrentam desigualdades no mercado de trabalho, com uma maior concentração em postos informais e salários mais baixos. Segundo dados do IBGE, a renda média das pessoas com deficiência é inferior à das sem deficiência, refletindo a exclusão econômica que também se estende ao acesso a serviços e oportunidades. A busca por maior acessibilidade e inclusão é uma prioridade para muitos, como o empresário surdo Joaquim Manoel Leitão Barbosa, que transformou sua experiência pessoal em uma oportunidade de negócio, oferecendo soluções em acessibilidade.