A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, destacou, em evento realizado no Dia Internacional da Mulher, que a sub-representação feminina nos cargos públicos é um problema sério no Brasil. Ela ressaltou que a presença das mulheres nos postos de decisão é desigual em relação ao seu percentual no eleitorado, o que reflete uma grande disparidade. A ministra também lembrou que o Brasil é um dos países com maior violência contra as mulheres, o que exige uma atenção especial para a promoção de sua participação na política e no sistema eleitoral.
Para enfrentar esse cenário, o TSE criou uma portaria que institui o Programa Nacional de Incentivo à Participação Feminina na Justiça Eleitoral, com o objetivo de promover a paridade de gênero nos Tribunais Regionais Eleitorais. Entre as metas do programa estão a ampliação das oportunidades para mulheres, o incentivo à sua presença em cargos de chefia, e a criação de políticas para valorizar as mulheres no sistema eleitoral. Cármen Lúcia enfatizou que a presença feminina é essencial para refletir a sociedade de maneira equitativa, visto que as mulheres são a maioria da população e do eleitorado.
A ministra também se posicionou contra a substituição de mulheres por homens em cargos anteriormente ocupados por mulheres, destacando que isso é um desrespeito ao princípio da igualdade. Ela afirmou que, no âmbito do Judiciário, a substituição de Rosa Weber por Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal (STF) exemplifica a falta de comprometimento com a igualdade de gênero. Cármen Lúcia, que se tornou a única ministra mulher no STF após a aposentadoria de Weber, reafirmou seu compromisso com a paridade e a inclusão das mulheres em cargos de poder.