O governo canadense, por meio de sua ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, indicou que poderá usar suas exportações de petróleo e gás como uma estratégia de negociação caso os Estados Unidos aumentem as tarifas sobre os produtos canadenses. O Canadá já anunciou a intenção de impor tarifas sobre 155 bilhões de dólares canadenses em importações dos EUA, mas ainda não detalhou se reduzirá suas exportações de commodities essenciais, como petróleo e gás, ou se aplicará tarifas sobre esses produtos.
Embora o país exporte aproximadamente 4 milhões de barris de petróleo por dia aos Estados Unidos, o governo ainda não utilizou essa possibilidade como carta de barganha nas negociações. Joly afirmou que as tarifas sobre o petróleo e gás estão “na manga” e que os EUA sabem dessa possibilidade, o que dá ao Canadá uma certa vantagem estratégica nas discussões sobre tarifas. No entanto, a província de Alberta, a maior exportadora de energia do país, se mostrou contrária à ideia de reduzir exportações de energia para os Estados Unidos.
Além disso, Joly mencionou que, caso o Canadá imponha tarifas sobre potássio, os agricultores dos EUA enfrentariam um custo adicional de 1,7 bilhão de dólares canadenses. Contudo, não foi especificado se esta seria uma ferramenta de negociação com o governo dos EUA. A situação ocorre em um contexto de mudança política interna no Canadá, com a iminente escolha de um novo líder para o Partido Liberal, o que pode influenciar a postura do país nas discussões comerciais com os Estados Unidos.