A Câmara Municipal de Balneário Camboriú (SC) aprovou, em sessão plenária, a retificação de documentos históricos que reconhecem o assassinato do ex-prefeito Higino João Pio durante a ditadura militar. Anteriormente, os registros indicavam que a morte havia sido por suicídio, mas investigações conduzidas ao longo de cinco décadas comprovaram que ele foi morto em 1969, dentro de uma instituição militar em Florianópolis, com cena manipulada para simular o ato. A correção das atas legislativas, datadas de 1969, foi baseada na retificação da certidão de óbito, que agora atribui a morte a violência estatal no contexto da repressão sistemática da época.
A decisão foi aprovada por unanimidade, com apenas um voto contrário, e representa um marco no reconhecimento da verdade histórica e na reparação simbólica à família e à sociedade local. Os documentos atualizados serão entregues em uma sessão solene programada para a próxima semana, com presença de familiares do ex-prefeito. O requerimento aprovado destaca a importância de corrigir registros oficiais para garantir justiça e transparência sobre os crimes cometidos durante o regime militar (1964–1985).
A revisão dos fatos históricos reforça a necessidade de esclarecimento sobre violações de direitos humanos ocorridas no período. A mudança nos registros públicos busca não apenas reparar a memória da vítima, mas também servir como reflexão sobre os impactos da ditadura na vida política e social do país. A iniciativa da Câmara Municipal demonstra um alinhamento com esforços nacionais de revisão crítica desse capítulo da história brasileira.