O setor cafeeiro global está lidando com dificuldades causadas pelo aumento acentuado nos preços do café, que subiram 70% desde novembro. A alta nos custos tem levado traders e torrefadores a reduzir suas compras, uma vez que o setor não consegue convencer os varejistas a aceitar os preços mais altos. Além disso, muitos produtores de café enfrentam problemas de fluxo de caixa devido à falta de capacidade para adquirir a quantidade necessária de grãos. A produção reduzida em países como o Brasil, o maior produtor mundial, tem dificultado a oferta, o que tem refletido diretamente no mercado.
De acordo com especialistas, os preços elevados têm impactado fortemente as vendas no setor, e alguns negócios são feitos de forma mais conservadora, com negociações restritas à compra imediata e sem formação de estoques. Muitos dos grandes consumidores de café, especialmente nos Estados Unidos, enfrentam dificuldades em manter seus estoques devido à resistência dos varejistas em aceitar os novos preços. Isso tem gerado escassez de café nas prateleiras, com armazéns próximos aos portos dos EUA operando com volumes bem abaixo do normal.
No entanto, existe a expectativa de que a situação possa mudar nos próximos meses, caso o Brasil consiga ter uma safra abundante, o que, combinado com a expansão das áreas plantadas em outros países, poderia resultar em uma queda nos preços. Apesar disso, o setor cafeeiro pode enfrentar um período difícil até que a situação se estabilize, com algumas empresas mais capitalizadas possivelmente absorvendo a pressão financeira, enquanto outras poderão sofrer com a escassez de recursos.