Em fevereiro de 2025, o Brasil exportou 3,274 milhões de sacas de café de 60 kg, o que representou uma queda de 10,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No entanto, a receita gerada pelas exportações foi recorde, alcançando US$ 1,19 bilhão, um aumento de 55,5%, impulsionado pelas altas cotações globais. No acumulado dos primeiros oito meses da safra 2024/25, as exportações chegaram a 33,452 milhões de sacas, com uma receita de US$ 9,723 bilhões, também estabelecendo novos recordes, com crescimentos de 8,8% em volume e 59,8% em receita.
O presidente do Cecafé destacou que o Brasil está vivenciando um período de entressafra, o que limita a oferta de café e torna os preços brasileiros menos competitivos frente aos de outros produtores, como o Vietnã. A diminuição na demanda global também tem sido um fator de influência nas exportações. Além disso, a falta de crédito no mercado tem dificultado a comercialização do produto, apesar das altas no preço do grão, gerando desafios para os exportadores. As alterações nos preços, tanto no mercado interno quanto no externo, aumentaram as exigências de recursos financeiros para garantir as margens de variação, o que pode afetar o desempenho do setor.
Quanto ao perfil das exportações, os cafés especiais representaram uma fatia significativa das vendas, com 1,801 milhão de sacas exportadas, o que representa 24,8% do total. Esse segmento teve um aumento de 14,7% em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para o crescimento de 101,1% na receita. O Porto de Santos liderou as exportações, seguido pelo complexo portuário do Rio de Janeiro e o Porto de Paranaguá. Além disso, apesar das dificuldades enfrentadas pelo Brasil, o Vietnã e a Indonésia aumentaram suas compras de café brasileiro, principalmente devido aos contratos fechados no ano anterior, quando os preços estavam mais competitivos.