O busto de Nefertiti, encontrado em 1912 por arqueólogos alemães em Tell el-Amarna, no Egito, é uma das peças mais emblemáticas da arte egípcia antiga. Criado pelo escultor Tutmés, a escultura data de aproximadamente 1345 a.C. e rapidamente se tornou um ícone cultural, especialmente pela sua representação idealizada da rainha com a coroa azul. No entanto, a peça também é cercada por controvérsias, principalmente relacionadas à sua transferência para a Alemanha, gerando disputas sobre a legalidade e ética de sua posse.
A questão da restituição de bens culturais, como o busto de Nefertiti, é um tema central das discussões sobre patrimônio e colonização. O Egito tem buscado reaver artefatos significativos, como a Pedra de Roseta, atualmente em Londres, e o Zodíaco de Dendera, em Paris. A falta de clareza sobre o processo de aquisição do busto, incluindo seu contrabando para a Alemanha em 1913, alimenta a tese de que a peça foi roubada, apesar das defesas legais da Alemanha com base nas práticas da época.
A escultura, além de sua relevância histórica, destaca-se por sua excepcional preservação e detalhamento, refletindo as convenções artísticas do período amarniano. Contudo, o mistério sobre a vida e morte de Nefertiti, combinado com a ausência de sua múmia, mantém vivo o fascínio em torno da peça. Hoje, no Neues Museum de Berlim, o busto continua sendo um dos artefatos mais discutidos da arqueologia, simbolizando a complexa relação entre a arte, a cultura e a justiça histórica.