Em 2024, o Brasil registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o maior número desde 2014. Os dados, fornecidos pelo Ministério da Previdência Social, destacam que os casos de ansiedade e depressão são os mais comuns, com Alagoas registrando 2.736 afastamentos, sendo a ansiedade a principal causa. Esse aumento tem sido atribuído a fatores como as dificuldades do mercado de trabalho e as consequências da pandemia, que deixaram marcas profundas na saúde mental dos trabalhadores.
A crise de saúde mental no país afeta principalmente as mulheres, que representam 64% dos afastamentos, com uma média de idade de 41 anos. Elas enfrentam desafios como sobrecarga de trabalho, baixos salários e a responsabilidade pelo cuidado familiar, o que potencializa os transtornos como ansiedade e depressão. Além disso, as estatísticas não fornecem informações detalhadas sobre a raça, faixa salarial ou escolaridade dos afastados, dificultando uma análise mais completa.
Diante desse cenário, o governo federal tem buscado medidas para mitigar o problema, como a atualização da NR-1, que agora exige a fiscalização das condições de saúde mental no ambiente de trabalho. Especialistas acreditam que, além das dificuldades sociais e econômicas, eventos como tragédias naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, também influenciam o aumento dos afastamentos. O Brasil continua a enfrentar um desafio crescente no cuidado e apoio à saúde mental dos trabalhadores.