O Brasil abriga uma grande diversidade de cogumelos silvestres comestíveis, com estimativas que indicam a existência de mais de 400 espécies, embora apenas 86 tenham registros confiáveis de ocorrência no país. Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) catalogou as espécies conhecidas, utilizando uma combinação de revisão bibliográfica, dados genéticos e coletas de campo. A pesquisa revelou que muitas dessas espécies ainda carecem de estudos aprofundados para confirmar sua distribuição e comestibilidade, com algumas representando potenciais recursos alimentares inexplorados.
Além de seu valor ecológico, os cogumelos comestíveis desempenham um papel importante na alimentação sustentável, oferecendo uma alternativa rica em proteínas e outros nutrientes. No entanto, o consumo seguro desses fungos depende de uma análise criteriosa, que leva em conta o conhecimento tradicional das comunidades locais, como os indígenas Sanöma, que utilizam cogumelos há séculos. A pesquisa também destaca a importância de uma abordagem científica para classificar a comestibilidade dessas espécies e evitar riscos à saúde, uma vez que algumas variedades podem causar reações adversas, como problemas gastrointestinais, ou até mesmo intoxicações graves.
Os pesquisadores alertam que, embora o conhecimento tradicional seja crucial, ainda não existe um teste definitivo para determinar se um cogumelo é seguro para consumo. A identificação adequada das espécies é essencial, e aqueles que desejam consumir cogumelos silvestres pela primeira vez devem procurar informações com especialistas, tomar precauções e começar com pequenas quantidades. A exploração desse potencial alimentar pode trazer benefícios ecológicos e nutricionais, mas requer cuidado e conhecimento adequado.