A infraestrutura portuária do Brasil não tem acompanhado o crescimento das exportações de café, o que tem gerado sérios problemas logísticos no setor. Em 2024, o país exportou um recorde de 50,5 milhões de sacas, mas atrasos e custos adicionais causaram prejuízos significativos aos exportadores. De acordo com especialistas, se os projetos de ampliação e modernização dos portos não forem acelerados, os problemas continuarão a afetar a competitividade do Brasil no mercado global.
Até dezembro de 2024, cerca de 1,8 milhão de sacas de café estavam retidas nos portos, aguardando embarque, o que representa uma perda acumulada de R$ 57 milhões para os exportadores. O Porto de Santos, principal terminal logístico do setor cafeeiro, precisa de investimentos urgentes para expandir sua capacidade e atender à crescente demanda. Além disso, a falta de estrutura nos portos e a escassez de horários para embarque aumentam os custos, gerando impactos negativos sobre os negócios.
A situação deve se agravar com a chegada da nova safra, que trará mais desafios logísticos. Embora o primeiro semestre de 2025 possa apresentar uma ligeira melhoria devido à entressafra, a pressão sobre os portos será ainda maior no segundo semestre. Além dos problemas nos portos, o sistema rodoviário também enfrenta dificuldades, com milhares de caminhões circulando diariamente. A busca por alternativas, como o modal ferroviário e hidroviário, é vista como essencial para reduzir a pressão e garantir maior eficiência no escoamento do café.