O Brasil caiu seis posições no Índice de Democracia 2024, elaborado pela Economist Intelligence Unit (EIU), passando do 51º para o 57º lugar. A queda foi atribuída a fatores como a crescente polarização política, a politização das instituições e o aumento da violência política no país. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de bloquear a plataforma X em agosto de 2024, após o não cumprimento de uma ordem judicial, também foi apontada como um dos principais motivos da deterioração da democracia no Brasil. O bloqueio da plataforma, que ficou fora do ar por semanas, especialmente durante as eleições municipais, foi considerado uma medida excessiva que impactou negativamente a liberdade de expressão.
Além disso, o estudo destaca que a politização do Judiciário e a crescente censura, especialmente em um contexto eleitoral, podem gerar efeitos inibidores na liberdade de expressão e prejudicar o processo democrático. A análise também menciona a crescente preocupação com as investigações sobre a tentativa de golpe nas eleições de 2022, o que reforça as divisões internas e a desconfiança nas instituições democráticas. O Brasil, portanto, enfrenta desafios significativos para restaurar sua posição no ranking global.
O Índice de Democracia, que avalia a situação democrática de 167 países, classifica as nações em quatro categorias: democracia plena, democracia imperfeita, regime híbrido e regime autoritário. Em 2024, o Brasil foi classificado como uma democracia imperfeita, com 6,49 pontos. O estudo também revela que, embora países como Noruega, Nova Zelândia e Suécia ocupem as primeiras posições, o número de democracias plenas continua restrito, com apenas 25 países, enquanto o número de regimes autoritários permanece elevado, com 60 nações nessa classificação.