Em 10 de fevereiro, a empresa Boom Supersonic e a NASA registraram um marco histórico com a quebra da barreira do som pelo jato supersônico civil XB-1 durante seu segundo voo a velocidades superiores a Mach 1. A tecnologia foi capturada por meio de imagens de Schlieren, que mostram as ondas de choque formadas ao redor da aeronave. Essas imagens, obtidas através de telescópios e filtros especiais, evidenciam as mudanças no ar causadas por velocidades superiores à velocidade do som. O mais notável é que o voo não gerou nenhum estrondo sônico audível no solo, o que representa um avanço significativo, já que o estrondo foi um dos maiores obstáculos para a aviação supersônica comercial.
A Boom Supersonic tem como objetivo eliminar os impactos negativos do estrondo sônico e tornar as viagens supersônicas comerciais viáveis novamente. A empresa está desenvolvendo o Overture, um avião supersônico que deve entrar em operação até o final desta década, com capacidade para transportar entre 64 e 80 passageiros a Mach 1,7. O avião já tem pré-encomendas de grandes companhias aéreas, como American Airlines e United Airlines. Além disso, a Boom aposta na sustentabilidade, projetando o Overture para operar com combustíveis de aviação sustentáveis (SAF), uma tecnologia ainda em desenvolvimento, mas com grande potencial para o futuro da aviação.
O progresso da Boom é sustentado por avanços em engenharia digital, que permitem simulações mais rápidas e baratas do que os métodos tradicionais de testes em túneis de vento. O design do Overture também conta com inovações, como a visão de realidade aumentada para os pilotos, uma solução mais eficiente do que os sistemas usados no Concorde. A companhia continua com sua ambição de transformar a aviação comercial, tornando viagens mais rápidas e acessíveis, reduzindo custos operacionais e impactos ambientais.