O biólogo brasileiro Lucas Campos, de 36 anos, viveu momentos de intenso medo durante o terremoto de magnitude 7.7 que atingiu Mianmar e foi sentido em Bangkok, Tailândia, onde ele trabalha. No 24° andar de um prédio comercial, Campos descreveu a sensação de que “tudo iria acabar” enquanto a estrutura balançava como um pêndulo. A evacuação foi caótica, com gargalos nas escadas e rachaduras nas paredes, aumentando o temor de um desabamento. Apesar do susto, ele conseguiu sair em segurança após 15 minutos, mas o prédio foi interditado devido aos danos.
O terremoto causou estragos significativos em Mianmar, com mais de 1.600 mortes e 3.400 feridos, segundo dados oficiais. Na Tailândia, as ondas sísmicas derrubaram um edifício em construção, deixando 17 mortos e 83 desaparecidos. Campos, que já morou em Mianmar, tentou entrar em contato com amigos locais, mas enfrentou dificuldades, levantando preocupações sobre possíveis cortes de comunicação sob o regime militar.
Apesar do trauma, a vida em Bangkok retomou a normalidade rapidamente, com serviços essenciais e comércio reabertos no dia seguinte. Campos, agora trabalhando em casa, reflete sobre o episódio com alívio, mas ainda busca informações sobre ex-colegas em Mianmar. O relato ilustra o impacto do desastre natural em estrangeiros e locais, além dos desafios de comunicação em regiões sob governos autoritários.