O custo do cacau no mercado internacional subiu cerca de 180% em dois anos, refletindo diretamente nos preços dos produtos de Páscoa e na produção permanente do setor. A alta foi impulsionada pela quebra de safra nos principais produtores africanos, como Costa do Marfim, que ainda enfrenta os efeitos de secas e ondas de calor, prejudicando o desenvolvimento da planta e reduzindo a oferta. No entanto, Gana, segundo maior produtor mundial, mostra sinais de recuperação, com expectativas de uma colheita mais robusta, o que pode ajudar a reequilibrar o mercado.
No Brasil, a produção de cacau, concentrada no Pará e na Bahia, deve crescer após quedas consecutivas, com o país ocupando a sexta posição no ranking mundial. Investimentos em áreas não tradicionais, como o cerrado baiano, onde o cultivo é feito a pleno sol com irrigação e tecnologia, devem impulsionar as safras neste e no próximo ano. Apesar disso, o mercado segue volátil, com incertezas sobre oferta, demanda e preços, afetando toda a cadeia produtiva, desde as indústrias processadoras até o consumidor final.
Outra tendência é o aumento do processamento interno do cacau, agregando valor aos produtos tanto para exportação quanto para o mercado doméstico. Enquanto a instabilidade persiste no cenário global, o Brasil busca consolidar sua posição com expansão para novas regiões, como São Paulo e norte de Minas Gerais, além de recuperar áreas tradicionais. O setor aguarda os efeitos dessas medidas para os próximos ciclos de produção.