Em 2024, o Brasil registrou 531 vítimas de feminicídios em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. Os dados apontam que, em média, uma mulher morreu a cada 17 horas devido à violência de gênero. A maioria dos crimes foi cometida por pessoas próximas às vítimas, sendo 75,3% dos casos realizados por parceiros e ex-parceiros. Além disso, 4.181 mulheres foram vítimas de violência em geral, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior, com destaque para estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Embora o Brasil tenha avançado com a criação de mecanismos de proteção, como a Lei Maria da Penha e as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, a violência contra as mulheres continua a ser uma questão alarmante. A falta de dados completos sobre raça, cor e motivação dos crimes dificulta a implementação de políticas públicas mais eficazes. Em muitos estados, a falta de transparência nas informações contribui para o agravamento do problema, tornando difícil o direcionamento adequado das ações de enfrentamento à violência de gênero.
Entre os estados com maior número de registros, São Paulo se destacou com mais de mil casos de violência e 144 feminicídios. O Amazonas, que entrou no monitoramento em 2024, também apresentou números alarmantes, com 33 feminicídios e um aumento de violência sexual, especialmente entre meninas e adolescentes. Apesar dos esforços, as políticas públicas de assistência à mulher ainda se mostram fragilizadas, enquanto o fenômeno da violência de gênero segue em crescimento, indicando a necessidade urgente de ações mais eficazes e abrangentes.