Em 2024, a violência contra mulheres registrou um aumento significativo nos nove Estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança, com uma média de 13 mulheres vítimas a cada 24 horas. O número total de mulheres vitimadas chegou a 4.181, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior. Entre os casos mais graves, foram registrados 531 feminicídios, o que significa que, a cada 17 horas, uma mulher perde a vida devido à violência de gênero. A situação é alarmante, com destaque para o Estado de São Paulo, que isoladamente registrou mais de mil eventos violentos, também com um aumento de 12,4%.
Embora os dados revelem um panorama preocupante, dois Estados apresentaram uma queda nos índices de violência de gênero: Bahia e Pernambuco. Especialistas apontam que fatores como o trabalho de movimentos sociais e coletivos alternativos, além da subnotificação de casos, podem explicar essa diminuição. No entanto, o contínuo avanço da violência nos últimos anos é atribuído a falhas nas políticas públicas de proteção às mulheres, o que agrava ainda mais a situação.
Francine Ribeiro, pesquisadora da Rede de Observatórios, alertou sobre o agravamento das medidas de proteção, especialmente em São Paulo, onde uma mulher denuncia violência a cada 5 minutos. Ao mesmo tempo, o fechamento de delegacias da mulher 24 horas tem gerado preocupações, reforçando a necessidade urgente de revisão e aprimoramento das políticas de segurança e apoio às vítimas de violência.
