O atum-rabilho, uma das espécies mais valiosas e procuradas no mercado global, enfrenta sérias ameaças devido às mudanças climáticas e à pesca excessiva. Esse peixe, amplamente utilizado na culinária japonesa, como sushis e sashimis, teve sua população drasticamente reduzida pela pesca intensiva, colocando a espécie à beira da extinção até 2010. No entanto, iniciativas para promover a pesca sustentável e combater a pesca ilegal contribuíram para uma recuperação, permitindo que algumas variedades, como o atum-rabilho-do-atlântico e do Pacífico, saíssem de categorias críticas na lista da IUCN.
Contudo, o aquecimento global está colocando em risco essa recuperação. O aumento da temperatura dos oceanos alterou os padrões migratórios dos atuns, que são forçados a procurar águas mais frias. Isso afeta seu metabolismo, reprodução e crescimento. Por exemplo, no Mediterrâneo, um dos principais locais de desova, as temperaturas acima de 28°C prejudicam o desenvolvimento dos jovens atuns, forçando-os a buscar novos habitats, como o golfo de Biscaia, entre a Espanha e a França.
Além das dificuldades para a espécie, as mudanças nas rotas migratórias também impactam comunidades pesqueiras dependentes do atum. A necessidade de navegar mais longe para capturar os peixes tem gerado desafios econômicos para pescadores no Mediterrâneo. As pesquisas sobre como a temperatura afeta o comportamento dos atuns, lideradas por especialistas como Clive Trueman, são essenciais para entender o futuro da espécie e buscar soluções para a preservação do atum-rabilho.