A chamada “atração fatal” ocorre quando características que inicialmente atraem um parceiro se tornam motivo de descontentamento e, eventualmente, de término. Pesquisas da psicóloga social Diane Felmlee mostram que qualidades como ser atencioso, engraçado ou bem-sucedido podem, com o tempo, ser reinterpretadas como excesso de apologias, falta de seriedade ou trabalho em excesso. Quanto mais intensa for a atração por um traço específico, maior a chance de ele se tornar um problema no futuro, revelando uma ironia nos relacionamentos amorosos.
O fenômeno não significa o fim inevitável do relacionamento, mas destaca a importância da autopercepção e da compatibilidade. Casais com características similares tendem a lidar melhor com essas contradições, como demonstrado em estudos com milhares de parceiros. Fatores como idade, valores e hábitos compartilhados fortalecem a relação, enquanto diferenças significativas, como horários opostos, podem gerar conflitos. A reavaliação das qualidades do parceiro ao longo do tempo é natural, mas exige ajuste mútuo para evitar insatisfação.
Além disso, a satisfação no relacionamento está ligada a benefícios amplos, como saúde física e mental, enquanto relacionamentos infelizes podem levar a problemas como estresse e desequilíbrio emocional. A teoria da troca social sugere que avaliamos parceiros com base em recompensas e custos, comparando-os com experiências passadas ou opções disponíveis. No entanto, a chave para um relacionamento duradouro pode estar não em evitar qualidades excepcionais, mas em encontrar alguém cujas características excepcionais sejam complementares às nossas, minimizando assim os riscos da atração fatal.