Nos últimos meses, diversas pessoas, incluindo ativistas e solicitantes de asilo, têm sido sequestradas e forçadas a retornar a seus países de origem, em uma prática crescente no Quênia. A situação tem gerado preocupações sobre a segurança dos indivíduos que vivem no país em condição de exílio, principalmente aqueles que se opõem ao governo. A situação de repressão e violência contra essas pessoas se intensificou, com relatos de desaparecimentos e sequestros, que ocorrem frequentemente sem aviso ou explicação, evidenciando um clima de impunidade.
Maria Sarungi, uma jornalista e ativista tanzaniana que vive no Quênia, foi uma das vítimas dessa onda de abusos. Em janeiro, ela foi abordada de maneira suspeita por uma mulher em um spa de luxo em Nairóbi, e minutos depois, foi sequestrada por um grupo armado, sendo levada em uma van preta pelas ruas da cidade. Sarungi acreditava ser mais uma vítima das deportações forçadas realizadas por autoridades quenianas, que, com frequência, são criticadas por abusar de seu poder para silenciar opositores e ativistas.
A situação descrita por Sarungi é apenas um exemplo de uma série de abusos contra indivíduos que buscam refúgio no Quênia, onde o governo tem sido acusado de colaborar com outros países na deportação de pessoas sem devido processo legal. As forças de segurança têm sido apontadas como responsáveis por essas ações, e a falta de responsabilidade por parte das autoridades tem gerado um clima de medo entre os refugiados e ativistas no país, tornando a busca por asilo uma jornada cada vez mais arriscada.