A Associação Nacional do Café (NCA) dos Estados Unidos solicitou ao governo de Donald Trump que isentasse o café de tarifas adicionais, argumentando que a imposição de tarifas poderia elevar os preços do produto no mercado norte-americano em até 50%. Em uma carta enviada ao representante comercial dos EUA, a NCA ressaltou que, ao contrário de outros setores que podem ser protegidos por tarifas, não há alternativas viáveis ao café importado. A organização afirmou que a implementação de tarifas teria um impacto negativo no setor, que contribui com US$ 343 bilhões por ano para a economia dos EUA e é amplamente dependente de importações de países como Brasil e Colômbia.
O setor cafeeiro nos Estados Unidos é interconectado com as operações de torrefação e comércio no Canadá e no México, o que tem gerado incertezas devido às tarifas aplicadas entre os três países. A maioria dos tipos de café não é contemplada pelo acordo de livre comércio USMCA, o que significa que as tarifas de 25% previstas pelo governo dos EUA provavelmente afetariam imediatamente as importações de café desses países. A NCA também expressou preocupação com a possibilidade de tarifas adicionais sobre os países produtores de café, afirmando que isso poderia ter consequências ainda mais prejudiciais para o mercado.
O Brasil, como maior fornecedor de café para os Estados Unidos, é uma parte essencial dessa dinâmica. As tarifas adicionais podem afetar não só os preços, mas também a estabilidade das relações comerciais entre os EUA e a América Latina. O aumento das tarifas sobre o café foi apontado como um dos fatores que impulsionaram o recente aumento nos preços do produto no mercado atacadista, que superaram US$ 4 por libra-peso em fevereiro.