Após a morte de seu pai em 2023, a escritora se viu mergulhada em um processo de luto profundo e transformador. Em meio ao pesar, ela notou que a dor intensificava sua essência e a fazia buscar um refúgio nas coisas que, antes, ela considerava superficiais ou irrelevantes. A perda não a fez agir de maneira impulsiva ou irracional, mas a levou a um lugar de introspecção, onde os pequenos prazeres da vida se tornaram mais significativos. Ela reconheceu que, em momentos de luto, as preocupações cotidianas desaparecem, revelando a verdadeira natureza da pessoa.
Ao tentar lidar com a nova realidade, a escritora se viu confortada pelas histórias que anteriormente descartava como triviais. Os livros, especialmente aqueles que abordavam heroínas engraçadas e finais felizes, passaram a oferecer-lhe um alicerce emocional. Ao invés de se afastar dessas narrativas, ela as acolheu como uma forma de proteção psicológica. A busca por esses contos foi quase uma tentativa de se isolar do sofrimento, criando um espaço seguro e privado para lidar com a dor.
Mesmo sem poder construir fisicamente um “muro” de livros ao seu redor, ela encontrou consolo ao se refugiar mentalmente nessas histórias. Esse mergulho na literatura revelou-se um meio de processar o luto e, ao mesmo tempo, um retorno a uma parte da sua própria humanidade. A escritora conclui que, apesar da dor, a busca por conforto nas coisas simples e nas narrativas reconfortantes se tornou uma forma válida de enfrentamento.