Durante o carnaval de 2025, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, o estresse e a ansiedade tomaram conta dos participantes das escolas de samba, refletindo diretamente na saúde cardiovascular. O cardiologista Marcelo Franken explica que, em momentos de intensa emoção, a liberação de adrenalina pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Com o objetivo de investigar essa reação, um experimento foi realizado com diferentes integrantes das escolas de samba, medindo os batimentos cardíacos minutos antes de desfilarem.
Aos 36 anos, Carlos Souza, integrante da comissão de frente da Barroca Zona Sul, teve seus batimentos cardíacos medidos antes e depois de entrar na avenida. Inicialmente, o valor estava em 109 batimentos por minuto, e ao fim do desfile, saltou para 142. A ansiedade também foi evidente em outros participantes, como Karla Souza, que após 15 anos de ausência, enfrentou seu retorno à avenida. Ela começou com 116 batimentos por minuto e, após quase uma hora de apresentação, necessitou de um tempo para se recuperar devido ao cansaço.
De acordo com o médico, enquanto o processo de aumento da frequência cardíaca pode ser saudável em doses moderadas devido à liberação de endorfinas, o esforço físico extremo e o estresse podem provocar um efeito rebote. Isso pode levar à redução da frequência cardíaca, quedas de pressão e sintomas como tontura, representando riscos para a saúde.