O filme “Anora”, vencedor de cinco estatuetas do Oscar, foi aclamado por sua tentativa de retratar a realidade das strippers e dos profissionais do sexo. A atriz Mikey Madison, que interpretou a protagonista, contou com a ajuda de strippers reais para aprimorar sua atuação e demonstrou seu respeito pela comunidade ao dedicar seu prêmio àquelas profissionais. O filme foi elogiado por sua abordagem realista, especialmente por mostrar a rejeição e a exaustão enfrentadas pelas strippers, mas também foi criticado por não abordar de forma mais profunda a moralidade do trabalho sexual e as dinâmicas entre clientes e profissionais.
Embora alguns membros do elenco, como Edie Turquet e Luna Sofia Miranda, tivessem preocupações iniciais sobre a representação das strippers no filme, os aspectos realistas da direção de Sean Baker, que evita a glamourização excessiva, convenceram-nos a participar. A forma como o filme retrata o cotidiano das strippers, como os almoços simples em Tupperware e a interação com clientes, foi considerada autêntica por muitas das profissionais que participaram da produção. Contudo, a falta de um olhar mais aprofundado sobre o ponto de vista das profissionais do sexo e a limitação da personagem principal, Anora, foram apontadas como falhas significativas.
O sucesso de “Anora”, tanto entre críticos quanto profissionais da indústria do sexo, gerou um debate sobre a importância de respeitar e valorizar as strippers como artistas e profissionais. Muitos expressaram a esperança de que o reconhecimento do filme no Oscar possa ser um marco para uma maior aceitação e respeito pela comunidade, trazendo mudanças para a forma como as profissionais do sexo são retratadas e tratadas em Hollywood. A exibição do filme para strippers em Nova York e Los Angeles, onde o filme foi calorosamente recebido, simbolizou um passo importante em direção à valorização dessas profissionais no campo artístico.