A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) impôs multas que somam R$ 4,4 milhões contra a Voepass desde 2014, mas a companhia pagou apenas uma pequena parte desse valor, equivalente a 2,79%. As sanções, que totalizam 255 multas, surgiram a partir de irregularidades detectadas pela Anac em suas operações ao longo dos anos. Entre as infrações, destacam-se falhas relacionadas a aeronaves, como a falta de manuais para o pessoal, a ausência de sistemas de comunicação e o não cumprimento de exigências técnicas e de segurança.
Após o acidente fatal com um avião da companhia em 2023, em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 62 pessoas, a Anac intensificou a fiscalização das operações da Voepass. Apesar de uma série de multas aplicadas no período pós-acidente, a empresa não conseguiu resolver as irregularidades identificadas, o que culminou na suspensão das suas atividades por questões de segurança operacional. Ao longo de sete meses, a Anac impôs nove multas, somando R$ 139 mil, todas não pagas pela companhia.
Em comparação com as grandes companhias aéreas brasileiras, a taxa de pagamento das multas pela Voepass é significativamente menor. As multas, que incluem falhas graves como a utilização de aeronaves sem certificação de manutenção e a realização de voos sem condições meteorológicas mínimas, evidenciam uma série de problemas operacionais. A agência reguladora também apontou falhas no controle de acessos às aeronaves e na execução de manutenções e treinamentos de segurança.