A adaptação do livro de Simon Stålenhag para o cinema apresenta uma aventura de ficção científica que perde a profundidade e complexidade da obra original, transformando-se em um produto derivado e sem grandes inovações. Dirigido pelos irmãos Joe e Anthony Russo, o filme recorre a elementos de filmes clássicos como os de Spielberg e Lucas, além de referências a franquias como “Toy Story” e “Guardiões da Galáxia”. A trama, situada em uma versão alternativa dos anos 90 e 2000, propõe um cenário retro-futurista onde, durante a presidência de Bill Clinton, a humanidade suprime uma revolta de robôs que desejavam ser tratados como humanos.
No enredo, os robôs derrotados são confinados em uma espécie de “reserva” no deserto, vivendo como heróis marginalizados, enquanto o filme explora temas como a repressão e a luta pela igualdade. No entanto, o filme carece de originalidade e acaba se tornando uma colagem de clichês de várias produções anteriores, sem conseguir criar algo novo ou marcante. A tentativa de capturar um certo nostalgia dos anos 90 e 00 é falha, já que o filme não consegue aprofundar-se nas questões humanas que estavam presentes na obra literária original.
Com uma estética que parece se apoiar em uma estética de “blockbusters” dos anos 80 e 90, o filme perde o impacto emocional que o livro havia conseguido transmitir. A atuação do elenco, que conta com nomes como Millie Bobby Brown e Chris Pratt, é ofuscada por um roteiro previsível e uma direção que não consegue dar a profundidade necessária ao material. O resultado final é uma adaptação que tenta se encaixar nos moldes comerciais, mas acaba perdendo a essência e a singularidade da história original.