Em conferências acadêmicas internacionais, um fenômeno curioso tem chamado a atenção: pesquisadores dos Estados Unidos estão adotando medidas de segurança incomuns, como levar celulares descartáveis ou laptops com sistemas mínimos, sem dados sensíveis. Essas precauções, antes associadas a viagens para países com regimes autoritários, agora refletem o temor de perseguição política em seu próprio país. O clima de desconfiança surge em meio a relatos de cientistas que enfrentaram problemas na fronteira americana devido a opiniões críticas sobre políticas governamentais.
A preocupação cresce entre acadêmicos que acompanham as mudanças no cenário político dos EUA, especialmente após casos como o de um pesquisador francês barrado na fronteira por mensagens pessoais contendo críticas às políticas científicas da administração atual. Esses incidentes alimentam o receio de que a liberdade acadêmica esteja sob ameaça, levando alguns a considerar a Europa e o Reino Unido como possíveis refúgios ideológicos.
O debate sobre o papel de outros países em oferecer abrigo a esses profissionais ganha força, com defensores argumentando que a comunidade internacional deve proteger a liberdade intelectual. Enquanto isso, a adoção de práticas de autocensura e segurança digital entre acadêmicos americanos ilustra um cenário inédito, onde o medo da vigilância doméstica redefine a forma como o conhecimento é compartilhado globalmente.