Em agosto de 2018, o autor fez uma viagem a Nuuk, capital da Groenlândia, sem causar o mesmo rebuliço político que outras visitas recentes. Diferentemente de figuras associadas a agendas expansionistas, sua presença passou despercebida, destacando como a abordagem discreta é essencial em um território sensível. O texto sugere que a Groenlândia não é um destino para turistas casuais, mas um lugar onde a paisagem austera e a cultura local exigem respeito e preparo.
A motivação para a viagem, no entanto, permanece um tanto enigmática. O autor não é explorador, cientista climático nem tem ligações profissionais óbvias com o Ártico. Como jornalista literário, sua presença ali pareceu incomum até para si mesmo, levantando questões sobre o que leva alguém a se aventurar em um dos lugares mais remotos do planeta. A passagem reflete uma curiosidade pessoal, mas também a dificuldade de justificar tal expedição em um contexto prático.
O relato transmite a impressão de que a Groenlândia não se dobra facilmente aos caprichos de visitantes despreparados. A viagem foi marcada pela consciência da fragilidade do ambiente e da complexidade cultural, longe do olhar midiático que cerca figuras polêmicas. No fim, a experiência serve como um lembrete de que alguns lugares ainda resistem à simplificação, exigindo mais do que boas intenções para serem compreendidos.