No novo filme de Joshua Oppenheimer, uma família vive isolada em um bunker subterrâneo, onde o tempo parece se arrastar em meio a uma aparente tranquilidade. A mãe, o pai e o filho adulto passam seus dias cercados de obras de arte valiosas, vinhos finos e a proteção de meia milha de rocha acima de suas cabeças. À noite, se reúnem para jantares formais e cantam músicas animadas como forma de manter a escuridão à distância, afirmando que, juntos, o futuro será promissor, apesar das circunstâncias externas.
A história se passa em um cenário pós-apocalíptico, explorando a ideia do colapso ambiental e a desconstrução das fachadas e ilusões humanas. Oppenheimer busca refletir sobre a fragilidade da civilização e como as pessoas se apegam a comportamentos e crenças antigas, mesmo quando tudo ao redor está desmoronando. Esse enredo é acompanhado de uma crítica velada ao distanciamento das elites em relação à realidade externa.
No entanto, além do enredo da ficção, o próprio Oppenheimer e a atriz Tilda Swinton, que estrela o filme, também vivem suas próprias pressões e prazos apertados. Durante o último dia do Festival de Cinema de Berlim, ambos se encontram em uma corrida contra o tempo, com compromissos de última hora. Para Swinton, o fim do evento marca o início de uma nova fase em sua vida, algo que ela vê como uma “limpeza de slate”, onde novos começos estão prestes a surgir.