A superdotação, muitas vezes associada a uma imagem positiva de “superpoder”, pode, na verdade, ser um desafio para aqueles que a possuem, principalmente no contexto social. A percepção de que o superdotado é sempre um gênio é um estereótipo limitante que pode gerar dúvidas sobre a própria condição. Além disso, traços da superdotação podem se confundir com características de outros distúrbios, como o autismo e o TDAH, dificultando o diagnóstico correto. A experiência de pessoas superdotadas, como a sobrecarga sensorial e a busca por pertencimento, revela que essa condição vai além da inteligência excepcional.
O impacto da superdotação no desenvolvimento social e emocional de uma pessoa pode ser significativo. Superdotados frequentemente se sentem excluídos ou incompreendidos, especialmente quando suas habilidades os distanciam de interesses típicos da infância. Essa exclusão pode gerar sentimentos de vergonha e dificuldade de integração, pois as pessoas ao seu redor podem rotulá-los como arrogantes ou presunçosos. Para alguns, a situação se agrava com o baixo desempenho acadêmico, uma tentativa de se ajustar ao grupo, o que revela a dificuldade de lidar com expectativas sociais e acadêmicas.
Apesar da ampliação da compreensão sobre a superdotação, a terminologia usada, como “altas habilidades”, ainda gera confusão. Embora ambas as expressões se referem à mesma condição, é necessário desmistificar a ideia de que as habilidades podem ser treinadas de maneira convencional. O mais importante é reconhecer que a superdotação é uma característica do neurodesenvolvimento, presente de maneira diversa em cada indivíduo. Para os especialistas, o fundamental é que os superdotados sejam vistos como pessoas comuns, com suas qualidades e desafios, e que a sociedade aprenda a lidar com essa diversidade de forma mais inclusiva e respeitosa.