A série “The Americas” apresenta uma visão grandiosa e impressionante da vida selvagem do continente americano, abrangendo desde a Nova Inglaterra até o sul da Patagônia. Narrada por Tom Hanks, a produção destaca-se por seus visuais deslumbrantes e pela dedicação em capturar cenas raramente vistas. No entanto, apesar de seu tom épico e da imersão proporcionada por cinco anos de filmagens e 180 expedições, o programa acaba por soar familiar e por vezes superficial.
Embora a série se destaque pelo esforço de trazer algo novo, ela se afasta de uma análise mais profunda da natureza e do impacto humano no meio ambiente. Em vez de abordar as questões ecológicas e os desafios enfrentados por espécies ameaçadas, o foco está nas imagens agradáveis e no uso de antropomorfismo, o que a torna mais fácil de assistir, mas sem grande reflexão crítica. A narrativa evita mostrar a brutalidade do mundo natural e os riscos que as espécies correm, como se a natureza fosse um ambiente idílico e sem grandes conflitos.
Além disso, “The Americas” falha ao não discutir o papel do ser humano na degradação de habitats e na ameaça à fauna local. Ao optar por uma abordagem mais suave e “cativante”, a série perde a oportunidade de ser um reflexo mais honesto e impactante sobre o estado atual do meio ambiente. Com isso, o espectador é levado a desfrutar de uma natureza romantizada, mas sem considerar a urgência de questões ecológicas contemporâneas.