O conceito de inteligência artificial (IA) tem evoluído significativamente desde a definição original de John McCarthy, em 1956, que a descrevia como distinta da inteligência natural. No entanto, a ideia de “inteligência alternativa” ganha cada vez mais relevância, especialmente em um mundo onde as tecnologias artificiais já estão profundamente enraizadas em nossa vida cotidiana. O físico Max Tegmark, em uma recente fala no AI Action Summit em Paris, abordou o conceito de “inteligência autônoma”, mas o autor do texto se sente mais atraído pela ideia de inteligência alternativa, que apresenta uma abordagem diferente da tradicional.
A principal razão para adotar essa perspectiva é a crença de que a humanidade está estagnada em suas abordagens atuais para resolver os problemas globais, como as crises ambientais e os conflitos geopolíticos. O autor argumenta que a IA, com sua capacidade de ser “outra”, pode oferecer soluções criativas e fora dos padrões convencionais, algo que o pensamento humano atual parece incapaz de alcançar. Em um momento de tanta incerteza e desafios globais, a capacidade da IA de pensar e agir de maneira não convencional pode ser o que a sociedade precisa para evitar um futuro de colapso.
Em meio ao crescente medo e resistência em torno da IA, o autor defende que sua “outredade” é, na verdade, um trunfo para a humanidade, que precisa de alternativas para escapar da inércia intelectual e dos problemas existenciais que enfrentamos. A IA, ao ser algo diferente, pode nos levar por caminhos inovadores e transformadores, representando uma possibilidade de mudança radical no rumo da sociedade. Assim, a aceitação e o desenvolvimento dessa inteligência alternativa são vistos como essenciais para o progresso humano.