A questão da identidade e pertencimento em relação ao conceito de “ser inglês” tem se tornado um debate crescente no Reino Unido, especialmente quando se trata de comunidades não brancas. Indivíduos que nasceram e cresceram na Inglaterra, que contribuem para a sociedade de várias maneiras, incluindo prestando serviços para o país, muitas vezes ainda enfrentam questionamentos sobre sua condição de “ser inglês”. Para muitos, o principal critério para se considerar inglês é a cor da pele, o que exclui pessoas de etnias diferentes, apesar de sua cidadania britânica.
Recentemente, esse debate foi impulsionado por declarações de figuras públicas, como a ex-secretária do Interior, que sugeriu que, embora certos indivíduos possam ter passaporte britânico e tenham nascido no país, isso não necessariamente os torna ingleses. Esse ponto de vista levanta discussões sobre o conceito de nacionalidade e identidade no Reino Unido, e como ele está fortemente atrelado a questões raciais, muitas vezes deixando as minorias à margem do que é considerado “verdadeiro” pertencimento.
Esse tipo de retórica tem gerado sentimentos de exclusão entre as minorias, que muitas vezes se veem forçadas a lidar com a ideia de que, mesmo sendo parte integrante da sociedade britânica, ainda são vistas como estrangeiras em sua própria terra. O debate destaca a divisão persistente entre diferentes grupos dentro da sociedade inglesa e coloca em questão as noções de pertencimento e identidade nacional.