A sobretaxação de 25% sobre o aço e o alumínio, anunciada pelos Estados Unidos, não foi uma medida direcionada especificamente ao Brasil, mas afetará o país e o comércio global, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele criticou a decisão como equivocada, destacando que o comércio internacional deve ser baseado na reciprocidade e no diálogo, e não em retaliações. Alckmin também enfatizou que, ao contrário do que se pode imaginar, o Brasil não representa um problema comercial para os Estados Unidos, que possuem superávit com o país.
Apesar da medida, o Brasil segue com tarifas zeradas para diversos produtos exportados pelos Estados Unidos, o que facilita a entrada de bens de capital e telecomunicações. Alckmin informou que a tarifa média aplicada pelo Brasil aos produtos norte-americanos é de 2,7%, com a maioria dos bens entrando no país com isenção. A medida de aumento das tarifas de aço e alumínio pode prejudicar as exportações brasileiras para os EUA, que, segundo estimativas, devem sofrer uma queda de 11,27%.
Nos primeiros meses de 2025, o Brasil acumulou um déficit comercial com os Estados Unidos de US$ 342,9 milhões. O superávit comercial dos EUA com o Brasil, considerando bens e serviços, já alcança US$ 25 bilhões. Essa discrepância de valores reafirma a visão do governo brasileiro de que a medida dos EUA não visa especificamente o Brasil, mas sim uma ação de caráter geral no comércio global. Alckmin sugeriu que a solução está em manter as negociações abertas e evitar retaliações que possam agravar a situação para ambas as partes.