O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou a sobretaxação de 25% sobre o aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos, destacando que a medida não foi tomada especificamente contra o Brasil, mas que impactará negativamente o país e o comércio global. Alckmin afirmou que a política adotada é equivocada, defendendo que a solução para o comércio exterior deve ser baseada na reciprocidade e no diálogo, em vez de medidas punitivas, que podem resultar em uma escalada de conflitos. Ele destacou que, no comércio internacional, o benefício é mútuo e favorece a competitividade dos países.
O Brasil, de acordo com Alckmin, não representa um problema comercial para os Estados Unidos, visto que os dois países têm um superávit comercial favorável aos norte-americanos. Nos primeiros meses de 2025, o Brasil registrou um déficit comercial com os Estados Unidos de US$ 342,9 milhões. Além disso, o superávit comercial dos EUA com o Brasil, considerando bens e serviços, alcança US$ 25 bilhões, o que evidencia a relação de troca desequilibrada entre as duas economias.
A medida de sobretaxa também afeta a relação tarifária entre os países. Alckmin observou que, dos dez produtos mais exportados pelos Estados Unidos para o Brasil, oito estão isentos de tarifas devido a acordos de ex-tarifários, como máquinas e equipamentos. O Brasil, por sua vez, aplica uma tarifa média de 2,7% sobre os produtos norte-americanos, sendo que 72% das exportações dos EUA entram no país sem incidência de impostos.